sexta-feira, 28 de dezembro de 2012



Quando 2012 começou, ele era todo seu. Tinha sido colocado em suas mãos. Você podia fazer dele o que quisesse, como se fosse um livro em branco.
 Você podia colocar nele um poema, um pesadelo, uma blasfêmia, uma confidência íntima. Podia. Hoje não pode mais. Já não é seu. É um livro já escrito, concluído, escrito por você.
Um dia, será lido em todos os detalhes e você não poderá corrigi-lo. Estará fora de seu alcance. Assim, antes que 2012 termine, reflita, pegue seu velho livro e folheie com cuidado, passando cada página por suas mãos e pela consciência.
Pratique esse exercício de ler sobre si mesmo. Leia tudo. Aprecie essas páginas de sua vida em que você usou seu melhor estilo.
Leia também as páginas que gostaria de nunca ter escrito. Não, não tente arrancá-las. Seria inútil. Já estão escritas. Mas você também pode lê-las enquanto escreve o novo livro que lhe será entregue. Assim, poderá repetir aquilo que deu certo e evitar repetir determinadas situações que nem é bom lembrar.
Para escrever o seu novo livro, você contará novamente com a sua liberdade de escolha, e terá, para preencher, toda a imensidão do seu mundo. Se tiver vontade de beijar seu velho livro, beije-o. Se tiver vontade de chorar, fique à vontade. Não importa como esteja, com imagens e palavras coloridas ou escuras, agradeça a Deus por suas 365 páginas!
Agora, com a chegada de 2013, você está recebendo outro livro, novo, limpo, em branco, todo seu, no qual você poderá escrever o que desejar mais uma vez...
BOA REDAÇÃO! FELIZ LIVRO NOVO!
Professora Lou

domingo, 23 de dezembro de 2012


Feliz Natal a você que tem acompanhado meu blog, buscando através dele saber mais, especialmente sobre nossa Língua Portuguesa!



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

26º tema de redação 2012: A civilidade no mundo contemporâneo

Tomando como base o texto abaixo, redija uma dissertação em que responda à pergunta-tema:  Como fica a civilidade  no mundo contemporâneo?


       Sofremos de um mal na atualidade: a incivilidade. A toda hora, somos obrigados a testemunhar cenas de grosseria entre as pessoas, de falta de respeito pelo espaço que usamos e de absoluta carência de cortesia nas relações interpessoais. Os adultos perderam a vergonha de ofender publicamente e em alto e bom som, de transgredir as normas da vida comum por quaisquer razões. Parece mesmo que nossa vida segue um lema: cada um por si e, ao mesmo tempo, contra todos.
      Por isso, perdemos totalmente a sensibilidade pelo direito do outro: cada um de nós procura, desesperadamente, seus direitos, sua felicidade, seu poder de consumo, seu prazer, sem reconhecer o outro. E, claro, isso gera intolerância, discriminação, ameaça. 
      O pacto social parece ter sido rompido e não tomamos nenhuma medida para reverter esse processo. As mídias, por exemplo, comentam cenas de incivilidade ocorrida entre pessoas que ocupam posição de destaque. Virou moda e ganhou visibilidade dizer tudo o que se pensa, agredir para se defender, fazer pouco do outro. Pessoas que ocupam cargos de chefia expressam seu descontentamento com seus funcionários aos berros e assim por diante.
      Talvez seja em casa e na escola que pais e professores possam e devam repensar e reinventar o conceito de cidadania. Mas também temos nós, os adultos, o dever de adotar boas maneiras na convivência social. Afinal, praticar boas maneiras e ensinar aos mais novos o mesmo nada mais é do que reconhecer o outro e buscar formas de boa convivência com ele. Disso depende a sobrevivência da vida social porque somos todos interdependentes.

(Rosely Sayao, psicóloga, Folha Equilíbrio (Adaptado)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

25º tema de redação: O que falta à democracia brasileira?


Tomando como base o texto abaixo, redija uma dissertação , respondendo à seguinte pergunta:  O que falta à democracia brasileira? 


República destroçada


        Constituições, códigos, leis, decretos, um emaranhado legal caótico. Mas nada consegue regular o bom
funcionamento da democracia brasileira. Ética, moralidade, competência, eficiência, compromisso público simplesmente desapareceram.
      Vivemos uma época do vale-tudo. Desapareceram os homens públicos. Foram substituídos pelos políticos profissionais. Não há mais ideologia. Longe disso. A disputa política é pelo poder, que tudo pode e no qual nada é proibido, pois os poderosos exercem o controle do Estado — controle no sentido mais amplo e autocrático possível.
        O panorama político foi ficando cinzento, dificultando identificar as diferenças. Partidos, ações administrativas, programas partidários são meras fantasias, sem significados e facilmente substituíveis.
        Vivemos numa República bufa. As notícias são desesperadoras. A falta de compostura virou grife. Com o perdão da expressão, mas parece que quanto mais canalha, melhor. Os corruptos já não ficam envergonhados. Buscam até justificativa histórica para privilégios.
          Certa vez, Gregório de Matos Guerra iniciou um poema com o conhecido "Triste Bahia". Bem, como ninguém lê mais o Boca do Inferno, posso escrever (como se fosse meu): triste Brasil. Pouco depois, o grande poeta baiano continuou: "Pobre te vejo a ti". É a melhor síntese do nosso País.


(Marco Antonio Villa, historiador, professor da UFSCar, O Estado de S. Paulo, 30/10/11 (Adaptado)

domingo, 16 de dezembro de 2012