quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

4º Simulado 2011

UNPLUGGED

Você entra em qualquer restaurante a quilo e, para não perder tempo comendo, encontra tomadas por toda parte para, se quiser, ligar o notebook e continuar trabalhando. Não será por falta delas que você deixará de participar de uma conferência, na hora do almoço, com 20 outros executivos, cada qual numa cidade ou, cuíca, país.
Mas, supondo que considere a hora do almoço sagrada e recuse a trabalhar e mastigar ao mesmo tempo, há sempre o recurso de ligar o iPod e se isolar. Assim, alheio ao mundo exterior, você poderá engolir uma suave salada de faufilhas com breufas e relaxar, ouvindo as 948 melhores faixas do Metallica estocadas no aparelhinho plugado à sua orelha.
Bem, não é preciso ser tão radical e cortar as pontes com o mundo. Afinal, existe o celular. Com ele você pode gerar, reproduzir, manipular, receber, transportar, corrigir, salvar, desenvolver, deletar, definir, ampliar, imprimir, personalizar e enviar uma quantidade ilimitada de informações ou imagens inúteis. Pode também fotografar sem querer o próprio tímpano. Pode ainda telefonar para o escritório e se inteirar das últimas que aconteceram, desde que você saiu de lá, há cinco minutos.
Some a isso os aparelhos de TV ligados neste e em outros restaurantes, botequins, hospitais, academias, bancos, shoppings, elevadores, vans, táxis, aeroportos e aviões. É um bombardeio de informação, pior do que qualquer blitzkrieg da Segunda Guerra. Nesta, ao menos, podia-se correr para os abrigos.
Há uma nova meta pela qual lutar. Todo ser humano deveria ter direito a xis minutos diários de exclusividade dos próprios sentidos, sem precisar plugá-los a nenhuma geringonça do demônio ou deixá-los ser invadidos e envenenados por imagens e sons que ninguém pediu para existir.
(Rui Castro, Folha de S.Paulo)

1) (ESPM) Pela leitura do texto, depreende-se que:
a) o homem moderno não deve ficar desconectado do mundo que o cerca.
b) há um exagero na quantidade de tecnologia que faz o homem se tornar escravo das informações.
c) o tempo deve ser aproveitado o máximo possível, por exemplo, trabalhando inclusive enquanto almoça num restaurante a quilo.
d) a alienação em relação aos fatos do mundo é um dos aspectos mais criticáveis da vida moderna.
e) há uma quantidade ilimitada de informações no
mundo, que não podem ser descartadas.

Texto para as questões 2, 3 e 4

Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei por quê.
(Camões)

2) Considere as seguintes proposições:
I. Na segunda estrofe, os perigos do mar funcionam como metáfora para os tormentos do Amor.
II. O motivo da insegurança do eu lírico é o fato de ele estar amando, não ser correspondido e não alimentar esperanças.
III.O eu lírico não desafia o Amor, pois como desafiante teria ainda muito a perder.
IV.Há paradoxo, ou aparente contradição, em "perigosas seguranças", pois “perigoso” se opõe a “seguro”.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, III e IV, apenas.

3) Assinale a alternativa incorreta:
a) O poema pode ser dividido em duas partes: 1a – os dois quartetos: o sujeito lírico diz que, em seu estado desesperado, nenhum mal pode piorar sua situação; 2a – os dois tercetos: apesar de tudo, Amor ainda lhe reserva um mal indefinível.
b) O poema se encerra com uma engenhosa definição do Amor: "Um não sei quê, que nasce não sei onde, / Vem não sei como e dói não sei por quê".
c) Os versos "Olhai de que esperanças me mantenho!" e "Vede que perigosas seguranças!" contêm ironia carregada de amargura.
d) O sentido dos versos 7-8 é que quem está no meio do mar bravo, sem nenhum barco ou navio ("lenho"), não pode temer nenhuma virada da sorte que piore sua situação.
e) Os dois versos finais do poema são uma explicação do "mal que mata e não se vê".

4) Assinale a alternativa falsa.
a) Os “Quês” que iniciam os versos 3 e 4 têm o
mesmo sentido.
b) “Mal”, no verso 4, significa "dificilmente".
c) No verso 7, há antítese entre “contrastes” e “mudanças”.
d) “Lenho” (verso 8) é metonímia para “barco”.
e) No primeiro terceto, “Amor” é sujeito de “esconde” e “um mal” é seu objeto.

Texto para as questões 5 e 6

É SÓ UMA QUESTÃO DE PELE

Olhar a paisagem humana brasileira é uma experiência única porque a primeira descoberta é a cor das pessoas. Há loiras que parecem nórdicas, morenas tropicais, brancos caucasianos, negros retintos, mulatos de várias tonalidades, gente de pele acobreada e outros ainda de pele cor-de-oliva.
Após 508 anos de miscigenação, os brasileiros, de modo geral, não têm uma cor, mas muitas cores. Praias e ruas de qualquer lugar da Europa, América do Norte, Ásia ou África sempre mostram ao menos uma cor dominante. No Brasil não é assim. Segundo o censo de 2007, a escala de cores da pele dos brasileiros é de 144 tonalidades diferentes.
Recentemente, a biologia descobriu que a cor da pele nas diversas etnias se deve às condições de exposição ao sol e como proteção da pele aos efeitos dos raios UV solares. Quanto mais melanina, mais escura a pele, porque a cor escura protege o organismo dos raios UV do sol, como acontece nas regiões equatoriais. Inversamente, quanto menos melanina, mais clara a pele, como nas regiões onde a insolação é menor. Eis a explicação para os habitantes do norte do planeta serem majoritariamente brancos.
Em resumo, a cor da pele humana se deve a um ajuste natural cujo objetivo é assegurar a perpetuação da espécie, e tem a ver mais com as condições de insolação do que com sua raça. Essa descoberta justifica a tese de que os mais prováveis ancestrais humanos, africanos, eram escuros, pois tinham que se proteger das condições climáticas para sobreviver. Conforme migraram para outras regiões, para caçar, por exemplo, a pele teve de se adaptar às condições encontradas nas diferentes partes do planeta e com a constância da situação, nos milhares de anos, perpetuou-se no DNA.
O gene que descolore a pele oferece uma lição: a mutação foi determinada pela variação de uma única letra do código genético humano que contém cerca de três milhões de letras, e permite a estarrecedora conclusão: uma diferença tão insignificante tem sido capaz de produzir páginas tão cruéis, como as de segregação racial, na história da humanidade.
(Planeta, novembro de 2008. Adaptado)

5) (UFTM) A afirmação do início do 4º parágrafo – "a cor da pele humana se deve a um ajuste natural, cujo objetivo é assegurar a perpetuação da espécie" – deve ser compreendida como:
a) entre outros tantos fatores, a cor da pele é responsável pela reprodução humana.
b) o homem ajustou a cor da pele para conviver, harmoniosamente, com as diferenças raciais.
c) a autorregulação da cor da pele se deve à luta travada pelo homem para seu extermínio.
d) o objetivo do homem, através dos séculos, foi o de organizar os clãs sociais pelo critério natural da cor da pele.
e) historicamente, para sobreviver a novas condições de vida, o ser humano sofreu mutações, inclusive a da cor da pele.

6) (UFTM) Em "uma diferença tão insignificante tem sido capaz de produzir páginas tão cruéis", a palavra “páginas” apresenta o mesmo significado na alternativa:
a) A jovem guardou pétalas de uma flor seca nas
páginas de seu livro preferido.
b) As muitas páginas da obra transformaram a leitura significativa para mim.
c) Os atentados terroristas ainda são páginas a serem vencidas pelos governantes.
d) Ao pular páginas do capítulo, o texto não fez mais o menor sentido.
e) As referências bibliográficas são colocadas ao pé das páginas.

7) Leia os fragmentos seguintes, extraídos dos contos de “Sagarana”, de Guimarães Rosa:
I. De seis anos atrás, lembrava-me do tio, e péssima figura fazia ele na minha recordação: mole para tudo, desajeitado, como um corujão caído de oco do pau em dia claro, ou um tatupeba passeando em terreiro de cimento. ("Minha Gente")
II. Ninguém se importou; falaram até de ser manha, porque o Didico era gordinho e corado, parecendo um anjo de estampa, de olhinhos gaiteiros e azuis. ("Conversa de Bois")
III. [...] o Major Saulo, de botas e esporas, corpulento, quase um obeso, de olhos verdes, misterioso, que só com o olhar mandava um boi bravo se ir de castigo, e que ria, sempre ria – riso grosso, quando irado; riso fino, quando alegre; e riso mudo, de normal. ("O Burrinho Pedrês")
A seguir, assinale a alternativa incorreta.
a) Os três fragmentos caracterizam, as personagens, por meio de adjetivos; são, portanto, descritivos.
b) Nos fragmentos I e II, utiliza-se o recurso da comparação, na composição da aparência das personagens.
c) No fragmento III, além da descrição física do Major, delineia-se também o perfil psicológico da personagem.
d) No fragmento II, indica-se a impressão que a aparência da personagem causa nos outros.
e) No fragmento III, o Major Saulo é descrito por meio de um conjunto de características, que indicam tratar-se de pessoa alegre e frágil.

Texto para a questão 8

Saiu da sala [D. Severina], atravessou rasgadamente o corredor e foi até o quarto do mocinho, cuja porta achou escancarada. D. Severina sentiu bater-lhe o coração com veemência e recuou. Sonhara de noite com ele; pode ser que ele estivesse sonhando com ela.
(Machado de Assis, "Uns Braços")

8) Considerando-se os aspectos estruturais, o trecho é:
a) descritivo, pois são caracterizados os elementos que compõem o cenário.
b) narrativo, pois há uma personagem numa sucessão de ações que evoluem no tempo.
c) dissertativo, pois há uma exposição crítica de argumentos.
d) descritivo-narrativo, porque são caracterizadas as personagens e as ações praticadas.
e) narrativo-dissertativo, porque há argumentos utilizados na construção das ações da personagem.

Texto para as questões 9 e 10

As palavras africanas hoje do nosso uso diário, palavras em que não sentimos o menor sabor arrevesado do exótico, são inúmeras. Que brasileiro – pelo menos do Norte – sente exotismo nenhum em palavras como caçamba, canga, dengo, cafuné, mulambo, caçula, quitute, mandinga, moleque, camundongo, batuque, banzo, mucambo, mocotó, bunda, zumbi, vatapá, caruru, banzé, jiló, mucama, quindim, catinga, birimbau, tanga, cachimbo, candomblé? Ou acha mais jeito em dizer "mau cheiro" do que "catinga"? (Gilberto Freire. Casa-Grande & Senzala)


9) O texto serve como argumento, para o autor, de que
a) a linguagem das classes baixas sempre foi marcada por vícios e erros.
b) os termos usados pelos negros são inadequados para um falar correto.
c) a influência do africano em nossa cultura está presente na linguagem corrente.
d) o vocabulário dos escravos restringiu-se ao português de baixo calão.
e) a mistura de etnias, ocorrida no Brasil, é uma das causas de nosso subdesenvolvimento.

10) Em “Casa-Grande & Senzala” (1933), Gilberto Freire apresentou um estudo, inovador para a sua época, da formação da civilização brasileira. Mas ele também surpreendeu por sua linguagem, que não se restringiu ao caráter denotativo comum a textos científicos. Há, nesse livro, uma constante elaboração literária, principalmente no que se refere ao emprego da conotação, ou seja, ao uso da linguagem em sentido figurado. Entre os trechos a seguir, todos extraídos da referida obra, assinale aquele em que não há linguagem figurada.
a) "O ambiente em que começou a vida brasileira foi de grande intoxicação sexual. (...) O europeu saltava em terra escorregando em índia nua; os próprios padres da Companhia [de Jesus] precisavam descer com cuidado, se não atolavam o pé em carne."
b) "Nem merece contradita séria a superstição de ser o negro, pelos seus característicos somáticos, o tipo de raça mais próximo da incerta forma ancestral do homem, cuja anatomia se supõe semelhante à do chimpanzé. Superstição em que se baseia muito do julgamento desfavorável que se faz da capacidade mental do negro. Mas os lábios dos macacos são finos como na raça branca e não como na preta (...). Entre as raças humanas, são os europeus e os australianos os mais peludos de corpo e não os negros."
c) "De modo que não é o encontro de uma cultura exuberante de maturidade com outra já adolescente, que aqui se verifica; a colonização européia vem surpreender, nesta parte da América, quase que bandos de crianças grandes; uma cultura verde e incipiente; ainda na primeira dentição; sem os ossos nem o desenvolvimento nem a resistência das grandes semicivilizações americanas."
d) "O Brasil não se limitou a recolher da África a lama de gente preta que lhe fecundou os canaviais e os cafezais; que lhe amaciou a terra seca; que lhe completou a riqueza das manchas de massapé. Vieram-lhe da África 'donas de casa' para seus colonos sem mulher branca; técnicos para as minas; artífices em ferro; negros entendidos na criação de gado e na indústria pastoril; comerciantes de panos e sabão; mestres, sacerdotes e tiradores de reza maometanos."
e) "As confissões e denúncias reunidas pela visitação do Santo Ofício às partes do Brasil (...) deixam-nos surpreender (...) desbocados jurando pelo 'pentelho da Virgem'; sogras planejando envenenar genros; cristãos-novos metendo crucifixos por baixo do corpo das mulheres, no momento da cópula, ou deitando-os nos urinóis; senhores mandando queimar vivas, em fornalhas de engenho, escravas prenhes, as crianças estourando ao calor das chamas."



Texto para as questões de 11 a 14.

A ROSA DE HIROSHIMA

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
(Vinícius de Moraes, Antologia poética)

11) Neste poema,
a) a referência a um acontecimento histórico, ao privilegiar a objetividade, suprime o teor lírico do texto.
b) parte da força poética do texto provém da associação da imagem tradicionalmente positiva da rosa a atributos negativos, ligados à ideia de destruição.
c) o caráter politicamente engajado do texto é responsável pela sua despreocupação com a elaboração formal.
d) o paralelismo da construção sintática revela que o texto foi escrito originalmente como letra de canção popular.
e) o predomínio das metonímias sobre as metáforas responde, em boa medida, pelo caráter concreto do texto e pelo vigor de sua mensagem.

12) Dentre os recursos expressivos presentes no poema, podem-se apontar a sinestesia e a aliteração, respectivamente, nos versos:
a) 2 e 17. d) 9 e 18
b) 1 e 5. e) 14 e 3.
c) 8 e 15.

13) A função de linguagem presente em "Pensem" e "não se esqueçam" é a conativa ou de apelo, pela qual, no contexto em que é empregada, o poeta
a) reproduz a linguagem militar, para lembrar as consequências da guerra.
b) utiliza a linguagem poética para referir-se à bomba atômica.
c) dirige-se aos leitores, alertando-os sobre os efeitos catastróficos da bomba.
d) expressa seu sentimento de indignidade diante da indiferença que os fatos suscitam.
e) usa o imperativo na tentativa de manter contato com os leitores.

14) O poeta refere-se à bomba atômica jogada pelos EUA sobre Hiroshima como "a rosa". Essa substituição de um termo por outro postula uma relação de semelhança (objetiva ou subjetivamente concebida) entre eles. Quando tal processo ocorre, tem-se uma figura de linguagem chamada ‘metáfora’. Essa figura encontra-se também no seguinte verso de Vinícius de Moraes:
a) As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso.
b) Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
c) Me acordam numa carícia...
O que foi que aconteceu?
Rodrigo telefonou:
MÁRIO DE ANDRADE MORREU.
d) Nas tardes de fazenda há muito azul demais.
Eu saio às vezes, sigo pelo pasto, agora
Mastigando um capim, o peito nu de fora
No pijama irreal de há três anos atrás.
e) De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

15) (FUVEST) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das frases a seguir:
I. Estava com .................... aspecto, parecia doente.
II. Durante o debate, tiveram comportamentos ............ .
III. Os policiais avançavam .................... manifestantes.
IV.Haverá uma palestra ....................... violência nas
grandes cidades.
a) mau / afins / ao encontro dos / há cerca de
b) mau / a fins / de encontro aos / a cerca de
c) mau / afins / de encontro aos / acerca de
d) mal / a fins / ao encontro de / acerca de
e) mal / afins / de encontro aos / há cerca de

16) Assinale a frase gramaticalmente correta.
a) Não sei por que discutimos.
b) Ele não veio por que estava doente.
c) Mas porque não veio ontem?
d) Não respondi porquê não sabia.
e) Eis o porque da minha viagem.

Texto para as questões 17 e 18

POÉTICA
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto
expediente protocolo e manifestações de apreço
ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no
dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político / Raquítico / Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
[fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do
[amante exemplar com cem modelos de cartas e as
[diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
– Não quero mais saber do lirismo que não é
libertação.
(Manuel Bandeira)

17) Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta
a) critica o lirismo louco do movimento modernista.
b) critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c) propõe a criação de um novo lirismo.
d) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
e) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.

18) Assinale a alternativa que não se aplica ao poema proposto.
a) Versos livres. b) Preciosismo vocabular.
c) Versos brancos. d) Aproximação com o registro oral.
e) Estrofação irregular.

Eles também têm cultura

Há quase 50 anos, na pequena ilha de Koshima, no Japão, Imo, um jovem macaco que gostava de batatadoce, teve um insight que mudaria para sempre o hábito alimentar da sua espécie. Num dia de setembro de 1953, ele não levou a batata diretamente à boca, como faziam todos os outros animais. Ninguém sabe ao certo se ele percebeu que a terra suja desgastava seus dentes. Ou se ele achou mais saboroso comer ela limpa. O fato é que Imo começou a lavar a batata antes de comer, como faria qualquer dona-de-casa. Três meses depois, dois amigos dele começaram a fazer o mesmo e o hábito se espalhou pelos irmãos mais velhos e foi repetido pelas mães, numa espécie de reação em cadeia. Em cinco anos, mais de três quartos dos jovens da espécie lavavam a batata exatamente como Imo. Hoje, comer batata limpa é uma característica das novas gerações de macacos da ilha de Koshima.
(Rodrigo Cavalcante)
19) Depreende-se do texto que
a) os macacos têm hábitos de higiene muito próximos daqueles desenvolvidos pelos seres humanos.
b) os macacos da ilha de Koshima foram capazes de difundir entre si comportamento adquirido.
c) as batatas, depois de limpas, deixaram de desgastar os dentes de Imo e tornaram-se mais saborosas.
d) a técnica desenvolvida por Imo foi incorporada ao código genético da espécie.
e) a técnica desenvolvida por Imo converteu-se na principal diferença entre as novas e as antigas gerações de macacos da ilha.

20) (Fuvest) Ao ligar dois termos de uma oração, a preposição pode expressar, entre outros aspectos, uma relação temporal, espacial ou nocional. Nos versos "Amor total e falho... Puro e impuro... / Amor de velho adolescente..." a preposição de estabelece uma relação nocional. Essa mesma relação ocorre em
a)"Este fundo de hotel é um fim de mundo."
b) "A quem sonha de dia e sonha de noite, sabendo todo sonho vão."
c) "Depois fui pirata mouro, flagelo da Tripolitânia."
d) "Chegarei de madrugada, quando cantar a siriema."
e) "Só os roçados da morte compensam aqui cultivar."

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