segunda-feira, 25 de agosto de 2014

terça-feira, 29 de julho de 2014

Futebol 1 x População 0 (redação de minha aluna Fabiana Karoline Gonçalves, do Caro Objetivo)

       Levar cartão vermelho é algo de que ninguém gosta, mas é o que vem merecendo nosso  atual governo. Há tempos que ele está pisando na bola, mesmo assim, reagindo como se estivesse com a bola toda.
 Ao investir bilhões na copa do mundo, botando para escanteio saúde, educação e infraestrutura de nosso país, fez-nos desacreditar por completo no time que há quatro anos escolhemos para nos representar. Suas escolhas já não nos agradam mais, por isso tivemos de vestir nossa verdadeira camisa de brasileiro, e sair às ruas para lutar por nossos ideais e direitos.

 Mas, nesta altura do campeonato, ir às ruas contra a Copa não adianta, pois, se algo deveria ser feito, era há sete anos, quando decidiram que tal evento seria no Brasil. Agora, tentar acabar com ela um, dois dias antes do seu início é perda de tempo. O jeito mesmo é bola pra frente e assim, em outubro, darmos um verdadeiro show de bola, votando em um bom candidato que realmente mereça estar no time, nos representando, que cumpra tabela e que não tire seu time de campo quando realmente precisarmos dele.      

(Fonte: Fabiana Karoline Gonçalves - Caro Objetivo)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Por que o Brasil ganhou a Copa 2014?

Após a leitura dos textos abaixo, elabore uma síntese das ideias apresentadas, respondendo à seguinte pergunta-tema: Por que o Brasil ganhou a Copa 2014?


Copa do Mundo (Editorial da Folha de S. Paulo - 16/07/2014 )
             Dois fatores são sempre mencionados quando se trata de defender a realização de um grande evento esportivo, como a Copa do Mundo: o estímulo para melhorar a infraestrutura do país e a oportunidade de expandir o turismo.
             No caso brasileiro, como se sabe, o primeiro desses aspectos deixou a desejar.     Das 167 obras prometidas, apenas 88 foram concluídas a tempo, enquanto 45 foram entregues incompletas, segundo levantamento desta Folha. Outras 23 ficaram para depois do Mundial, e 11 terminaram abandonadas.               
O  descumprimento do cronograma não é o único problema. Afora melhorias em aeroportos –que dificilmente ocorreriam de outra maneira– e ampliação do sistema de mobilidade em algumas cidades-sede, muito do legado limita-se a intervenções destinadas a facilitar a vida de quem vai aos estádios. Ou seja, se os gastos governamentais chegam a R$ 29,3 bilhões, nem por isso o brasileiro verá investimentos dessa monta no setor de infraestrutura propriamente dita. Basta lembrar que as arenas, muitas das quais terão pouca serventia, custaram R$ 8,5 bilhões.
A situação é muito mais alvissareira no campo do turismo. Segundo pesquisa Datafolha, a imagem que os estrangeiros levam do Brasil é das melhores possíveis.
O levantamento realizado em seis capitais (Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) constatou que, aos olhos desses hóspedes, os anfitriões da Copa são vistos como simpáticos (para 98%) e receptivos (95%); 95% consideraram ótima ou boa a hospitalidade dos brasileiros, e 84% fizeram esse juízo acerca de nossas atrações turísticas.Sobraram elogios até para a segurança e o transporte, mas o custo de vida, os preços dos hotéis e a qualidade do ambiente urbano despertaram menos entusiasmo.
Ainda que o universo da pesquisa não represente o total de estrangeiros no país durante a Copa, a resposta dos entrevistados é sinal inequívoco de que o Brasil passou com folga nesse teste: a organização do Mundial foi bem avaliada por 83% deles, e 51% viram a realidade superar suas expectativas.           
É preciso explorar esse sentimento. Pelas contas do governo, 1 milhão de estrangeiros de 203 nacionalidades visitaram o país na Copa –e, na pesquisa Datafolha, 61% disseram vir pela primeira vez.
A cifra é expressiva; representa, em apenas 30 dias, um sexto do total registrado em 2013. Melhor ainda, os meses de junho e julho costumam estar entre os que contabilizam menos estrangeiros, em torno de 350 mil cada um.
A entrada de turistas de outros países já vinha crescendo nos últimos anos. O sucesso da Copa, dentro e fora de campo, pode fazer esse fluxo aumentar ainda mais. Espera-se que o governo esteja atento a esse legado imaterial.
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A Copa faz uma semana hoje com uma coleção de pequenos problemas de organização, mas, até esse momento, nada capaz de provocar grandes danos à imagem do país.
O bordão "Imagina na Copa!", repetido antes do Mundial como premonição de uma crise na infraestrutura e de possível fracasso do evento, não se concretizou.
Os estádios estão cheios, o clima nas ruas é de confraternização e os aeroportos, por ora, não deram vexame, embora muitos tenham sido entregues inacabados. Nas cidades-sede, o esquema de transporte público para se chegar às arenas também tem funcionado.
Onde as obras de mobilidade não ficaram prontas a tempo, linhas expressas de ônibus e operações especiais facilitaram o acesso do público.
Em São Paulo, onde se temia que a demanda extra na abertura iria complicar linhas de metrô e trem já superlotadas, a decretação de feriado e o trabalho de voluntários tornou a viagem tranquila.
Quem entrou nas arenas elogiou as novas instalações, construídas segundo o "padrão Fifa". Boa visibilidade em todos os setores, conforto nos assentos, entradas amplas e banheiros, de modo geral, limpos.
Embora não possa ser classificada como uma falha de organização, foram unânimes as críticas à cerimônia de abertura, tida como pobre.
Nos aeroportos, o único problema até agora foram alguns dias com fila na imigração, em Cumbica. Como a ocupação dos voos caiu, em função da queda do turismo de negócios, eles suportaram bem até aqui.                                                                           (Folha de S. Paulo  – 19/6/14)
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A Copa foi um sucesso. E não foi um sucesso somente porque o brasileiro é cordial, atencioso, hospitaleiro. Em geral, o povo se comporta assim com estrangeiros, não há dúvidas. Está no DNA dessa terra formada pela rica mistura de tipos, credos e modos de vida. Mas querer que o sucesso da coisa toda seja entendido como resultado da atitude dessa boa gente brasileira é demais.
A Copa foi um sucesso porque o país funcionou. Sim, funcionou! Mesmo que muita gente tenha alardeado que tudo seria uma droga, viveríamos o caos e blá, blá, blá, o país funcionou. Fracassou o “imagina na Copa”. (Pablo Pereira -  17/07/14)
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Maior legado da Copa no Brasil é a força do povo
Faz duas semanas, deixei um país em guerra, afundado nas mais apocalípticas previsões, e desembarquei agora noutro, na volta, bem diferente, sem ter saído do Brasil. Durante meses, fomos submetidos a um massacre midiático sem precedentes, anunciando o caos na Copa do Fim do Mundo.
Fomos retratados como um povo de vagabundos, incompetentes, imprestáveis, corruptos, incapazes de organizar um evento deste porte. Sim, eu sei, não devemos confundir governo com Nação. Eles também sabem, mas, no afã de desgastar o governo da presidente Dilma Rousseff, acabaram esculhambando a nossa imagem no mundo todo.
Estádios e aeroportos não ficariam prontos ou desabariam, o acesso aos jogos seria inviável, ninguém se sentiria seguro nas cidades-sede ocupadas por vândalos e marginais. Certamente, muitos torcedores-turistas que para cá viriam ficaram com medo e desistiram. Quem vai pagar por este prejuízo provocado pelo terrorismo midiático?
Agora, que tudo é festa, e o mundo celebra a mais bela Copa do Mundo das últimas décadas, com tudo funcionando e nenhuma desgraça até o momento em que escrevo, só querem faturar com o sucesso alheio e nos ameaçam com o tal do "legado". Depois de jogar contra o tempo todo, querem dizer que, após a última partida, nada restará de bom para os brasileiros aproveitarem o investimento feito. Como assim? Vai ser tudo implodido?
Qualquer que seja o resultado final dentro do campo, esta gente sombria e triste já perdeu, e a força do povo brasileiro ganhou mais uma vez. Este é maior legado da Copa, a grande confraternização mundial que tomou conta das ruas, resgatando a nossa autoestima, a alegria e a cordialidade, em lugar das "manifestações pacíficas" esperadas pelos black blocs da mídia para alimentar o baixo astral e melar a festa. Pois tem muito gringo por aí que já não quer mais nem voltar para seu país. Poderiam trocar com os nativos que não gostam daqui. Que tal?   
(Ricardo Kotscho – noticias.R7.com)

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Diante dos fatos que desmentem as profecias catastrofistas de uma Copa caótica e sujeita a distúrbios graves, o brasileiro se demonstra cordial, no sentido que deu à palavra o historiador Sérgio Buarque de Holanda – ou seja, afeito a relações de sociabilidade informal que usa a “lhaneza no trato” como forma de arregimentação.
Mas a palavra “cordial” também remete a decisões tomadas “de coração” e não pela razão – e nos eventos ligados à Copa do Mundo também se manifestam as expressões legítimas de fundo emotivo que movem o brasileiro.
Os jornais e os programas noticiosos que ocupam quase toda a grade da televisão por estes dias estão repletos de exemplos, com cenas e entrevistas de torcedores estrangeiros que identificam essa característica do nosso povo. (Luciano Martins Costa)

Na Copa do Mundo, o pessimismo foi goleado (Cynara Menezes  - Carta Capital - 04/07/2014)

A maior virada da Copa do Mundo aconteceu nos estádios, mas não exatamente em uma partida entre duas seleções. O fiasco previsto durante a fase de preparação do torneio não se confirmou e o evento surpreende até os mais otimistas, raros antes do início do Mundial. Os prognósticos do “desastre” e do “fracasso sem precedentes” deram lugar a um estado de ânimo completamente oposto. Talvez não seja a “Copa das Copas” como defende a presidenta Dilma Rousseff, tampouco desenha-se o vexame anunciado (e freneticamente esperado) por muitos.
A má vontade da mídia nativa contagiou os jornalistas estrangeiros a ponto de, nos últimos dias, vários meios de comunicação do exterior virem a público fazer um mea-culpa em relação ao pessimismo demonstrado nos meses que antecederam o evento. O espanhol El País disse com todas as letras: “Não era para tanto”. Segundo o jornal, esperava-se “uma espécie de apocalipse brasileiro, em que pouco ou nada ia funcionar como devia”.
“Havia quem pintasse uma imagem negra desta Copa do Mundo que se podia resumir assim: estádios sem terminar aos que se chegava por estradas inconclusas, rodeados de manifestantes antifutebol e policiais antimanifestantes em meio a gangues de delinquentes assaltando o torcedor desesperado, que se maldizia por não haver se conformado em assistir às partidas pela televisão de sua casa e que não podia fugir dali porque o metrô não funcionava por causa de uma greve selvagem que afundava a cidade em um engarrafamento monstro, escuro e pronto”, escreveu o diário madrilenho.
O francês Le Monde saudou “a improvisação brasileira” que “se revela à altura do evento” e falou em “milagre” ao elogiar uma Copa feita à imagem e semelhança do País: “Bagunçado e simpático, descontraído e acolhedor”. O New York Times fez um resumo sob o título: “Previsões apocalípticas viraram pequenos soluços”. O Washington Post  ecoou o otimismo: “Copa é só cerveja, praia e futebol”. Os britânicos Guardian e BBC seguiram em idêntica toada. Com aeroportos e estádios em ordem e as estatísticas sobre os gols se multiplicando, alguns meios estrangeiros chegam a ecoar Dilma: a “melhor Copa do Mundo da história”. Verdadeira zebra.
Na mídia brasileira, apenas o jornal Zero Hora, de Porto Alegre, reconheceu o excesso de “negativismo” prévio. “Um balanço parcial do que aconteceu até agora livra o País da ameaça de um fracasso, fomentado pelos que, sob o pretexto de alertar para nossas deficiências, torciam contra o próprio país”, escreveu o diário gaúcho em editorial. E revelou o que muitos partidários da Copa perceberam desde o começo e que ficou evidente com o sucesso do evento. Havia críticas legítimas à realização do Mundial, mas muitos o atacaram com intuito meramente político.
Se o mau humor no jornalismo foi um fator decisivo para o pessimismo generalizado, a recíproca não se concretizou. Uma vez iniciada a Copa, uma onda espontânea de adesão surgiu e encontrou nas redes sociais o principal termômetro, motivado não só pela organização do Mundial em si, mas, principalmente, por um componente ignorado tanto pela mídia quanto pela oposição, o fator “boleiro”. Em outras palavras: a torcida se dispôs a colocar, ainda que brevemente, as insatisfações de lado para apreciar os jogos.
A reviravolta na imagem do evento animou o governo. Nas pesquisas encomendadas pelo Palácio do Planalto, a reversão do pessimismo em relação à Copa do Mundo aparece de forma incontestável. A avaliação sobre a organização tem 58% de ótimo e bom, com a recepção aos turistas e os estádios no topo das análises positivas. Também a segurança pública e o funcionamento dos aeroportos derrotaram as previsões mais pessimistas. Não houve caos aéreo e jogadores e visitantes elogiaram o sistema. Transporte público e trânsito permaneceram, no entanto, com as percepções negativas de antes da Copa. Sinal de que o “boleiro” não é necessariamente alienado.

O Financial Times, um dos jornais mais conservadores da Europa, fundado na Inglaterra em 1888, acaba de definir a Copa do Mundo no Brasil como a melhor dos últimos tempos. Na edição de domingo passado (6 jul), o enviado especial ao Brasil, o jornalista Simon Kuper, rasgou elogios ao país. Disse que estamos fazendo “uma Copa do Mundo onde não há medo” e que “até agora tudo foi maravilhoso”. O título da matéria – “Por que o Brasil já ganhou” – dá uma ideia da avaliação positiva feita pelo jornal.
O correspondente britânico, há 20 dias no Rio e em São Paulo, fez questão de afirmar que o sucesso do evento se deve ao povo brasileiro: “a tarefa agora é engarrafar o sentimento brasileiro e reutilizá-lo na Rússia em 2018 e no Qatar em 2022”. Na opinião dele, estamos dando um exemplo para todos os povos.                                                                                             (Carlos Amorim )
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terça-feira, 10 de junho de 2014

Curso de Hipertexto - Síntese dos Módulos 1, 2 e 3







Conheça animações antinazistas feitas por Disney durante a 2ª Guerra Mundial


         Walt Disney desejava defender os Estados Unidos. Tentou na 1ª Guerra, mas era menor de idade e só conseguiu um posto de piloto de ambulância da Cruz Vermelha depois que o conflito acabou, em 1918. Quando a 2ª Guerra chegou, em 1939, ele já era um artista conhecido e renomado - Branca de Neve e os Sete Anões, seu primeiro longa-metragem de animação, é de 1937. Usou seu talento na produção de filmes de treinamento e propaganda. Zé Carioca, o personagem brasileiro criado por ele também, é um filho do esforço de guerra e da política de boa vizinhança americanos. Entre 1942 e 1945, Disney produziu mais de 68 horas de animação de caráter patriótico. A importância do animador para as Forças Armadas dos EUA pode ser medida de forma simbólica. A senha para a maior operação americana na 2ª Guerra, o Dia D, foi Mickey Mouse.
      A participação de Disney no esforço de guerra incluía a produção de filmes de treinamento militar, de propaganda e educação para o público americano - e de libelos antinazistas. Mas não só isso. Seus desenhistas criaram mais de mil insígnias usadas por divisões das Forças Armadas. As ações dos estúdios Disney "foram uma das principais bombas que os exércitos aliados lançaram contra seus inimigos", afirma Clotilde Perez, professora da Escola de Comunicação e Artes da USP. Disney, claro, não estava sozinho. Muitos outros diretores e atores de Hollywood se engajaram na luta contra os países do Eixo depois de Pearl Harbor. Mas era difícil concorrer em popularidade - e em volume de produção - com o pai de Mickey Mouse.
    O envolvimento entre Disney e o governo começou antes da entrada dos EUA na guerra. Em busca de novos mercados - mas principalmente de aliados estáveis no continente -, o presidente Franklin Roosevelt criou a chamada "política da boa vizinhança". O responsável pelo programa era o milionário Nelson Rockefeller, que alertara o presidente sobre a influência nazista na América Latina. Em agosto de 1941, Disney estava ao lado do enfant terrible Orson Welles em terras brasileiras. Welles havia acabado de lançar Cidadão Kane. Por aqui, filmou jangadeiros, investiu num roteiro sobre um garoto e seu touro, tentou um documentário chamado É Tudo Verdade... E a verdade é que nada deu certo. Ao contrário de Disney. No Rio de Janeiro, inspirado pela natureza e, dizem, pelas piadas de papagaio, criou Zé Carioca - o tipinho folgado, de guarda-chuva e gravata-borboleta, que atazanaria o Pato Donald em Alô, Amigos, de 1943.
     A partir de 1942, com os EUA no front, Disney engajou-se de vez. Seus estúdios foram transformados em alojamentos e centenas de militares passaram a residir ali. Marinha, Aeronáutica e Exército requisitavam a todo momento a presença do artista para colaborar com as ações de combate. Inspirados pelos oficiais, os personagens de Disney também foram para as trincheiras. Pato Donald estrelou um filme em que mostrava aos cidadãos americanos a importância de pagar em dia os impostos. Era o dinheiro do contribuinte que financiava as atividades bélicas além-mar. Nos aviões, navios, hospitais e ambulâncias, a turma do Mickey desfilava tentando elevar a autoestima da nação. Em um dos curtas metragens, Out of the Frying Pan into the Firing Line, (Saindo da Frigideira para a Linha de Tiro), Minnie, de saia azul, avental, sapatos de salto alto vermelhos e laçarote na cabeça, está preparando ovos com bacon. Na parede, uma foto de Mickey, de farda, transcende otimismo (é a única imagem em toda a história do rato em uniforme militar). Ela está prestes a despejar gordura sobre a ração de Pluto quando o locutor de rádio interrompe a ação com um alerta às donas de casa: quem desperdiça o resto da gordura da cozinha está favorecendo os exércitos inimigos. E não é por elevar o colesterol das tropas nacionais. Minnie deve saber que a mesma gordura serve também para fazer munição. O locutor explica que se deve depositar o óleo usado em uma vasilha e congelá-lo. Quando o pote estiver cheio, um açougue identificado por um selo do governo trocará a gordura por dinheiro.
     Nos meses seguintes as produções se sucederam. Em Victory Through Air Power (Vitória por Meio do Poder Aéreo), de 1943, a propaganda sutil dá lugar a um manual de como vencer o Japão por meio de bombardeios. Baseado no livro do major Alexander P. Seversky, o filme mistura desenhos e imagens para mostrar como a aviação transforma o poderio bélico e o rumo das guerras. Os traços típicos das superproduções Disney prestam-se a detalhar como é a melhor forma de bombardear países inimigos. O filme retrata a expansão das tropas de Hitler pela Europa e o ataque da Marinha japonesa à base de Pearl Harbor. Seversky ensina estratégias de de ataque, mostra mapas e projetos para bombardear indústrias bélicas do Eixo. Ele evidencia o caminho da vitória: investir em bombardeios aéreos em solo japonês. Ninguém sabia ainda que, em agosto de 1945, o país da Disneylândia lançaria bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.
     O ponto alto das animações de propaganda de Disney são os filmes contra o nazismo. Num deles, Der Führer's Face (A Face do Führer), de 1943, Donald é funcionário de uma fábrica de munições na Alemanha e é ameaçado de morte a qualquer sinal de cansaço - e devidamente vestido de nazista, como você viu na abertura desta reportagem. Em The Hitler's Children - Education for Death (As Crianças de Hitler - Educação para a Morte), o pequeno Hans é acompanhado desde o nascimento até se tornar um nazista fanático quando jovem. Numa das sequências que parodia a lenda da Bela Adormecida (que o próprio Disney lançaria só em 1959), Hitler é um príncipe medieval que salva a donzela Alemanha da bruxa Democracia. Ao longo do filme, a Bíblia se transforma em Mein Kampf e o crucifixo cristão dá lugar à suástica - mais direto, impossível.

(Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/conheca-animacoes-antinazistas-feitas-pela-disney-2a-guerra-679616.shtml - Laís Duarte | 15/03/2012 - 15h08)

Para assistir "A Face do Führer", acesse: https://www.youtube.com/watch?v=dlK8yfOdweg

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Há chances de desempate - crônica de minha aluna Ana Clara Barone, do Caro Objetivo

                É quase inacreditável ver os brasileiros tão desanimados com a Copa do Mundo. O que todos nós esperávamos era uma multidão show de bola, pronta para vestir a camisa e torcer para o Brasil, mas estamos mais no zero a zero do que nunca.
                Nosso país está realmente muito mudado. Fossem outros tempos, estaríamos com a bola toda, esperançosos com uma copa no País do Futebol, mas, com tantas dificuldades em áreas como saúde e educação, estamos querendo mesmo é passar a bola e tirar nosso time de campo.
                A única esperança do brasileiro é que pelo menos o Brasil não pise na bola, pois ainda há maneiras de virar o jogo e não levar um cartão vermelho em casa. Apesar de pouca expectativa, o único vermelho que não negamos é o do nosso sangue,  que não esconde nossa paixão pelo futebol.


(Fonte:  Ana Clara de Carvalho Barone - Caro Objetivo)

quinta-feira, 29 de maio de 2014

domingo, 4 de maio de 2014

Um Ato de Transformação (redação nota 10 de meu aluno Pedro Gama, do CARO Objetivo)


A conquista da democracia no Brasil envolve uma contínua luta que pode ser associada à história do voto. Instaurado de forma censitária em 1824, o direito ao voto enfrentou a manipulação coronelista durante a República Velha, a ditadura de Vargas e a ditadura militar, sendo apenas concretizado de forma universal com a Constituição Federal de 1988. Trata-se de uma conquista essencial na construção da representatividade.
O voto, portanto, tem como objetivo legitimar a organização política como estrutura de defesa social. Assim, ao igualar o potencial de escolha de todos os cidadãos, esse direito preserva a possibilidade de que a população se torne responsável por sua própria condução de forma soberana e coletiva, partindo do compromisso individual.
Entretanto, tal soberania nem sempre acompanha o ato de votar. As questões de manipulação através de troca de favores, o fraco estímulo ao debate político nas instituições educativas, o predomínio social por uma elite poderosa e os inúmeros casos de corrupção acabam por tornar o brasileiro apático e descrente nas lutas democráticas, vistas, assim, como algo exterior e indesejado pelo indivíduo.
Por outro lado, essa situação muitas vezes é mantida em seu estado de inércia como instrumento que possibilite a continuidade da dominação e do direcionamento das forças sociais para interesses particulares. Tal afirmação é comprovada pelo baixo índice de representatividade na administração pública direta das minorias sociais, como  negros, mulheres, índios, trabalhadores rurais e homossexuais.

Torna-se, pois, perceptível a importância da conquista do voto como instrumento de organização social na garantia da convivência como meio fortalecedor. Rosseau  já defendia, no século XVIII, a necessidade da formulação de um contrato social entre os indivíduos para que a supremacia de todos fosse conquistada. E, nesse contexto, o estímulo educativo ao debate, o auxílio às organizações das minorias e o combate à privatização dos interesses públicos e democráticos são primordiais na consolidação da democracia.

(Fonte: Pedro Gama - Caro Objetivo)

quinta-feira, 10 de abril de 2014